SER MENINA MULHER NEGRA: É SER UM SÍMBOLO DE RESISTÊNCIA

Por Malu Viana - Flor do Guetto

Photobucket - Video and Image Hosting

Malu Viana, produtora cultural, radialista, educadora popular, rapper.

Cabe a nós, mulheres negras, nutrir,organizar, administrar a vida e ser ligadas as tradições e resistências africanas. "Neguinhas" de 506 anos, 118 anos de abolição da escravatura? Será? Mas com muitas andanças pelo mundo e pelas calçadas da vida: nossa história entrelaça-se com a de nosso povo. Ainda bem que certo dia, buscamos desvendar as verdades escondidas nas verdades dos outros, que não percebem as realidades da realidade, as várias verdades embutidas num só fato. Jovens mulheres, que conheceram a história de resistência e luta de seu povo e sua prova do agrupamento de guerreiros e guerreiras na floresta chamada Quilombo, começaram a tecer as teias que envolvem o céu de nossas manhãs, sempre resistindo. As nossas mães, avós, bisavós e tataravôs representantes legítimas dos antigos quilombos, hoje periferias nos legaram a força da resistência, da capacidade de amar e doar a coragem de romper elos convencionais para buscar formas alternativas de restabelecer o que já há muitos anos está estabelecido e principalmente coragem para dizer, NÃO. Mulheres negras vistas apenas como símbolo sexual ou amas de leite não fazem parte do nosso futuro, pois hoje existem mulheres que tem a ousadia de pensar, discordar, contestar, mas isto apenas reforça nossa tradição na luta pela sobrevivência. Nossos frutos receberão elementos que permitirão criar uma nova sociedade, mais justa para o Brasil, país este pelo qual Zumbi dos Palmares, lutou. Tenho a certeza de que um dia não seremos vistas como loucas obstinadas ou sonhadoras, mas sim como mulheres que sabem que o sonho de ter direito a ter direitos não é mais um sonho e sim, é uma REALIDADE. Por tudo isso desejo um grande salve principalmente a minha mãe a (Dona Loiva) a todas Marias e Ritas, famosas ou anônimas, pois sejam elas dos morros, das favelas, dos becos e vielas saibam que como: Lélia Gonzáles, Chica da Silva, Benedita da Silva, Ângela Davis, Leci Brandão, Jovelina Pérola Negra e tantas outras mulheres que fizeram e fazem da sua história o enredo para a sua própria vida feitas para brilhar,brilhar,brilhar... E que nunca percamos a resistência nunca.
Artigo publicado pela Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura. www.palmares.gov.br

Comentários

Anônimo disse…
Este texto foi um dos momentos mais profundidade onde fiz uma comparação da luta das mulheres e dos povos da antiga e de hoje e infelizmente vejo que muito, mas muito mesmo dessas coisas que cito no texto mudou mas mesmo assim eu da minha maneira vou exercer a meu direito de me expressar e escrever mesmo que me calem as injustiças que não aceito.

Postagens mais visitadas