[Artigo] Desigualdades raciais e a Década dos Afrodescendentes

[Artigo] Desigualdades raciais e a Década dos Afrodescendentes

29/05/2018 - Reconexão Periferias
* Jaqueline Lima Santos é doutoranda em Antropologia Social, militante do movimento negro e consultora do Reconexão Periferias.

Nos últimos anos os movimentos de combate ao racismo têm levado a denúncia das desigualdades raciais para a esfera internacional. A negligência do Estado frente às diferenças de tratamento e oportunidades levou à articulação de movimentos sociais negros de diferentes países para a atuação conjunta a fim de pressionar, de fora para dentro, a tomada de posição e a implementação de políticas públicas que, de fato, reflitam sobre a realidade da população negra. Este cenário construído – em especial após a intervenção de ativistas na III Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas realizada em Durban, África do Sul (2001) – levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a decretar 2011 como o Ano Internacional dos Afrodescendentes. Um ano foi insuficiente para compreender as especificidades deste segmento nos diferentes países e contextos, mas possibilitou que a agenda das relações raciais ganhasse mais espaço nas instâncias internacionais – o que coloca pressão sobre os Estados e fortalece a atuação de movimentos locais (os grandes protagonistas das denúncias).



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